Prefeitos cobram ajuda do Estado para manter quarentena e para melhorar capacidade hospitalar
Alto Tietê tem a segunda maior taxa de letalidade por coronavírus da Região Metropolitana de São Paulo
Os prefeitos do CONDEMAT – Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê cobram a ajuda do Governo do Estado para manter a efetividade, nas cidades, do cumprimento da quarentena, que nesta sexta-feira (08/05) foi prorrogada até o final de maio. Também reiteram o pedido de apoio na ampliação da rede de saúde para o atendimento dos pacientes de Covid-19 e a representatividade da Região no Conselho Municipalista criado hoje para atuar no plano de retomada das atividades.
O anúncio de prorrogação da quarentena em todo o Estado contrariou as expectativas de alguma flexibilização, ainda que apenas nos municípios um pouco mais distantes da Capital, onde está o epicentro da pandemia. Diante da pressão dos setores empresariais e da dificuldade cada vez maior da população permanecer em casa, os prefeitos querem ajuda no trabalho de conscientização e, especialmente, de fiscalização do cumprimento do isolamento social. Para isso, o pedido é de apoio das Polícias Militar, Civil, Rodoviária e Ambiental.
“As Prefeituras estão empenhadas em promover o isolamento social e diminuir a curva de contaminação do coronavírus, mas falta estrutura para fiscalizar tudo. Temos represas, que estão sendo muito procuradas pelas pessoas, assim como chácaras de veraneio, além das áreas urbanas e dos equipamentos públicos. Precisamos de um respaldo maior do Estado para ajudar na fiscalização”, destacou o presidente do CONDEMAT, Adriano Leite, prefeito de Guararema.
A direção do Consórcio também continua a pressionar a ajuda estadual para a rede de saúde. Até agora o plano assistencial, com a grade de hospitais públicos de referência e os respectivos números de leitos de internação e UTI por cidade, em especial nas unidades estaduais, não foi divulgado, assim como não foram destinados equipamentos, como respiradores, para a Região.
“Os municípios estão investindo na sua capacidade, mas não temos acesso ao que está sendo feito pelo Estado e nem temos recebido o que é necessário para melhorar a rede de atendimento aos pacientes. Estamos acionando a Secretaria Estadual de Saúde para que o Alto Tietê tenha uma atenção maior. Nós temos a segunda maior taxa de letalidade por casos confirmados de coronavírus na Região Metropolitana de São Paulo, à frente inclusive da Capital, mas não sabemos quantos leitos já foram ampliados e muito menos informações sobre a ocupação”, pontua a coordenadora da Câmara Técnica de Saúde do CONDEMAT, Adriana Martins.
CONSELHO
O CONDEMAT já solicitou uma agenda com o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, para os próximos dias. Além de reiterar os pedidos de apoio na fiscalização a quarentena e de ampliação da rede de saúde, os prefeitos também vão pedir a participação do Alto Tietê no Conselho Municipalista, anunciado hoje pelo Estado para pactuar as futuras decisões de flexibilização da quarentena e retomada total da economia em São Paulo.
A princípio, participam desse conselho os 16 prefeitos de cidades sede de regiões administrativas do Estado. No caso da Região Metropolitana, onde está o Alto Tietê, o indicado é o prefeito Bruno Covas, da Capital.
“Nossa Região tem três milhões de pessoas e possui uma realidade diferente de São Paulo, assim como outras demandas. Vamos insistir que o Alto Tietê integre esse Conselho”, diz o presidente do CONDEMAT.