MP denuncia delegado e cinco policiais acusados de extorquir traficantes na Grande SP
Fonte: G1
Foto reprodução G1
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) ofereceu denúncia à Justiça nesta quarta-feira (19) contra um delegado e cinco policiais de Mogi das Cruzes acusados de extorquir dinheiro de traficantes e comerciantes em Guarulhos, na Grande São Paulo.
De acordo com a investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), os agentes conheciam os pontos de vendas de drogas e constrangiam os traficantes a efetuarem o pagamento de propina sob pena de prisão. O grupo atuava na capital paulista e na região metropolitana.
Na denúncia apresentada à Justiça, os promotores acusam o grupo de quatro crimes: organização criminosa, roubo, extorsão e tráficos de drogas.
A Promotoria também pediu a decretação da prisão preventiva de todos os envolvidos no esquema. Os suspeitos estão presos em caráter temporário desde setembro, quando o Gaeco desencadeou a operação que terminou com a prisão do delegado Eduardo Peretti Guimarães, da cidade de Salesópolis, e mais cinco policiais (três civis e dois militares).
Em 2017, Peretti Guimarães foi demitido da polícia depois de ser condenado por concussão. Porém, em junho do ano passado, a Vara da Fazenda Pública de Mogi das Cruzes entendeu que a exoneração tinha sido irregular e determinou que ele fosse reintegrado à corporação.
O grupo exigia de R$ 10 mil a R$ 20 mil por semana os traficantes. Quando não recebiam, os policiais roubavam armas e drogas da quadrilha.
No documento encaminhado à Justiça, os promotores afirmam que o grupo tinha intensa atividade criminosa e “praticavam os crimes com grande habitualidade, tratando-os como se fosse uma verdadeira profissão”.
“A interceptação das comunicações telefônicas demonstrou a intensa atividade ilícita cometida pelos denunciados.
Aferiu-se que os denunciados praticavam os crimes com grande habitualidade, tratando-os como se fosse uma verdadeira profissão, tamanha a audácia de suas ações. Com efeito, nada garante que em liberdade não voltarão a delinquir, razão pela qual suas prisões são fundamentais para a manutenção da ORDEM PÚBLICA”, disseram os promotores que assinam a denúncia.
“Os crimes investigados são extremamente graves e envolvem agentes públicos que conhecem a fundo as formas tradicionais de investigação, o que muito incrementa o risco da soltura. (...) É importante notar que a soltura dos denunciados é prejudicial e inconveniente para a instrução do processo, além de colocar em risco a aplicação da lei pena”, disse o documento.
Os policiais denunciados pelo MP-SP são os seguintes:
Eduardo Peretti Guimarães (delegado)
Jorge Luiz Cascarelli (policial militar)
Jocimar Canuto de Paula (policial militar)
Wilson Isidoro Junior (policial civil)
Ronaldo Batalha de Oliveira (policial civil)
Diego Bandeira Lima (policial civil)
Em setembro, além dos policiais detidos, a operação do Gaeco prendeu outras pessoas que davam suporte ao esquema e aos traficantes envolvidos. Ao todo, 22 pessoas foram detidas.
Segundo o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), foram cumpridos na época 27 mandados de busca e apreensão e 23 mandados de prisão temporária com o apoio da Polícia Militar e da Polícia Civil.
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